Sob o açoite do Inverno mais bravio
quando a lua entre nuvens se anula
sobre a terra onde se estende o frio
ou sob os céus o chumbo se acumula
A voz do vento, uivo ou assobio
urde a ânsia com que me cumula
do mesmo gelo que tece, no rio
os trâmites da noite que me açula
Nos olhos abismados do vazio
na língua que seca ou se acidula
na pele onde se hospeda o arrepio
Dói-me, minha, a chama que me sua
e sói-me febre no corpo doentio
este sol que nunca capitula
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.