Não partas já. Fica até onde a noite se dobrapara o lado da cama e o silêncio recortaas margens do tempo. É aí que os livroscomeçam devagar e as cores nos cegame as mãos fazem de norte na viagem. Parte apenas
quando a manhã se ferir nos espelhos do quartoem estilhaços de luz; e um feixe de poeirasrasgar as janelas como uma ave desabrida.Alguém murmurará então o teu nome, vagamente,como a gastar os dedos na derradeira página.
E então, sim, parte, para que outra história seinvente mais tarde, quando os pássaros gritaremà primeira lua e os gatos se deitarem sobreo muro, de olhos acesos, fingindo que perguntam.
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