a sede mais rasgada
São folhas
é febre
e são as casas
é toda uma infância agasalhada
os meandros da água
estagnada
em lentos tanques onde peixes nadam
São as fibras do vento
As fendas da muralha
São os goivos - as estátuas
dos jardins
São meigos portões
de ferro em brasa
é aquilo que passa
e não se quis
São as copas das espadas
que se agarram
a beber pela cal o sangue aberto
e o morcego da noite
que se abate
devagar e solto no sono mais aberto
É o feltro
as frestas
as fráguas deste bosque
É o filtro
é o fogo
as franjas desatadas
É o fim
é o fumo
o fundo destas árvores
É na seda dos gestos
a sede mais rasgada
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