sexta-feira, 30 de agosto de 2013

a sede mais rasgada







São folhas
é febre
e são as casas

é toda uma infância agasalhada

os meandros da água
estagnada
em lentos tanques onde peixes nadam

São as fibras do vento
As fendas da muralha

São os goivos - as estátuas
dos jardins

São meigos portões
de ferro em brasa

é aquilo que passa
e não se quis

São as copas das espadas
que se agarram
a beber pela cal o sangue aberto

e o morcego da noite
que se abate
devagar e solto no sono mais aberto

É o feltro
as frestas
as fráguas deste bosque

É o filtro
é o fogo
as franjas desatadas

É o fim
é o fumo
o fundo destas árvores

É na seda dos gestos
a sede mais rasgada





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